segunda-feira, 29 de julho de 2013

A importância do "Faz de Conta"

Toda criança adora usar a imaginação nas brincadeiras, elas criam um mundo à parte, cheio de fantasias.

Brincar é uma das atividades fundamentais ao desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança.
O fato de ela, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos e sons, e de, mais tarde, representar determinado papel na brincadeira faz com que desenvolva sua imaginação, construa suas relações de amizade e aprenda a lidar com os conflitos.
A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre o modo de relacionar-se com as pessoas, consigo mesma e com o outro.
É por meio da brincadeira de faz de conta que a criança expressa sua capacidade de dramatizar e aprende a representar, tomando como referência a imagem de uma pessoa, de uma personagem ou de um objeto. Além disso, verbaliza emoções diante de situações que não estão presentes nem são perceptíveis para ela no momento em que expressam sentimentos e atribuem significados vivenciados em outras circunstâncias.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando é convidada a participar de situações em que pode criar, representar papéis e interagir consigo mesma e com os outros, a criança impressiona os adultos pela forma como se torna absorvida por essa atividade.
O faz de conta é uma atividade que, se planejada com antecedência e de forma adequada, pode proporcionar momentos enriquecedores com as crianças.
 
*Fotos da Colônia de Férias Julho/2013

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ouvir a criança não é fazer o que ela quer!

 
Dias atrás me deparei com uma reportagem que dizia, logo no título, de dez situações em que não caberia ouvir a opinião das crianças. Dito com todas as letras no texto: a decisão final, sobre qualquer assunto, é dos pais, mesmo que ela fique irritada e com raiva. Ou seja, a reportagem ensinava os pais a não ceder aos apelos emocionais de seus filhos e a não ouvi-los, uma vez que são apenas crianças.
 
 
Certamente não é da mesma coisa que falamos aqui.. e ali, na reportagem. O nosso “ouvir” não tem nada a ver com não resistir às chantagens, para depois fazer o que a criança mandar.
 
Muito pelo contrário, falamos, basicamente, de respeitar o que elas [as crianças] sentem.
Assim como nós, adultos, as crianças não podem evitar sentir o que sentem. Elas podem aprender a reconhecer seus sentimentos para conseguir aprimorar, aos poucos, seu autocontrole. Mas, para isso, precisam da ajuda dos adultos: pais, professores, tios, avós, etc..
Ouvir, no sentido que desejamos aqui, significa tornar-se aliado deles, colocando-se no lugar deles cada vez que demonstrarem algum tipo de desconforto emocional ou estiverem muito irritados e com raiva.
 
Minimizar as situações de estresse ou desconsiderar qualquer sentimento não nos parece uma boa estratégia.
 
Isso quer dizer que apesar de ser bem difícil ver seu filho angustiado com alguma questão, frases do tipo: “isso não é motivo para chorar” ou “não há motivo para sofrer porque não vamos na festa”, por exemplo, podem fazer com que ele sinta que ninguém o entende e, consequentemente, fazê-lo sofrer ainda mais. Se ele sofre, há, sim, um motivo. Não são os mesmos que os seus, mas eles existem para ele. É difícil mesmo. Nem sempre falaremos a coisa certa, na hora certa. Mas esse é um exercício contínuo.
 
Para nos colocar no lugar deles, precisamos, antes de mais nada, reconhecer as nossas angústias. O que sentimos ao ver que nosso filho, por exemplo, quer ganhar mais um brinquedo que você não pode dar? Quer ir numa festa que vocês não podem ir ou não foram convidados? Quer encontrar um amigo que está distante?
 
É compreensível que você fique irritado com o nervosismo dele… E ainda ache que seu filho nunca está satisfeito com nada, que está exagerando, etc..
Mas, tudo isso pode ser só mais um desejo! Desejo de que algo que ele gostaria muito, acontecesse.
 
Nós sabemos muito bem que existe uma grande diferença entre desejar, querer e ter, não é mesmo?
Antes de mais nada: acalme-se! Tente evitar confrontos diretos, faça com que ele se sinta simplesmente compreendido: “nossa, filho, você gosta mesmo do seu amigo. É triste mesmo não poder encontrá-lo quando a gente quer, né?”
 
Muitas vezes, simplesmente acolhendo aquele sentimento, reconhecendo… Não ignorando, nem subestimando… Algo como “entendo porque está com raiva. Já me senti assim algumas vezes também…” pode funcionar muito mais do que  um discurso irritado, pedindo que ele “pare” de sentir algo… Já pensou nisso? Pensem juntos: o que vocês podem fazer para melhorar a situação?
 
É desse “ouvir” atento que falamos. Da sensibilidade de reconhecer os sentimentos dos pequenos para que eles sintam-se verdadeiramente compreendidos.
Se assim fosse, provavelmente NÃO precisaríamos ter uma reportagem explicando aos pais que são eles que mandam na relação e, pior, que as opiniões dos seus filhos são irrelevantes, que não devem ser ouvidas na maioria das situações. Não acha?
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Com saúde não se brinca? Conheça os benefícios da brincadeira para o cérebro

 
Pesquisadores que se dedicam à ciência do brincar apontam vantagens que vão do desenvolvimento neurológico ampliado à habilidade de encontrar soluções criativas para problemas e adaptar-se a diferentes cenários e pessoas
 
 
Você já participou de um processo seletivo em que uma das etapas era uma dinâmica de grupo envolvendo um jogo ou uma brincadeira aparentemente sem sentido?
Para além das teorias de recursos humanos, há um grande grupo de pesquisadores e teorias que tentam avaliar quais são as contribuições do ato de brincar para o desenvolvimento de habilidades importantes para o dia a dia.
 
Há um grande número de pesquisadores e teorias que levam a brincadeira muito a sério (Banco de Imagens / sxc.hu)O interesse pelo tema levou à criação, nos Estados Unidos, do Instituto Nacional da Brincadeira, em 1996. O fundador da instituição é Stuart Brown, que tem mais de 20 anos de prática clínica e pesquisas na área. Para ele, tudo está muito claro. Os cientistas mais vezes indicados ao prêmio Nobel, os empreendedores mais inovadores, as crianças mais bem adaptadas a qualquer ambiente e as famílias mais felizes têm algo em comum: o entusiasmo pelo ato de brincar ao longo da vida.
Brincar é tão fundamental quanto dormir e sonhar.

De acordo com o pesquisador, brincar é uma ação natural tanto para os homens quanto para animais domésticos e selvagens. Ele aponta também que, na relação entre pais e filhos, o reconhecimento de um convite para brincar de maneira espontânea é um ponto crítico. Exemplo: uma criança quer rolar uma bola de basquete, em vez de quicá-la no chão. Se o pai ficar frustrado por isso e insistir em tentar mostrar apenas a maneira “correta”, ambos poderão ficar irritados e a criança terá seu 'espírito brincalhão' abalado. Isso poderia ser evitado se o pai estivesse aberto ao jeito único de brincar de cada criança. “Brincar favorece o que há de mais natural em cada um”, diz Stuart Brown.

Brincadeira controversa
Estudos da Universidade de Washington, também nos Estados Unidos, demonstraram que passar 15 minutos brincando com os filhos diminui substancialmente problemas de comportamento das crianças. Isso bate de frente com um dos fenômenos estudados pelo Instituto: o crescente número de escolas que adotam currículos exaustivos para as crianças, deixando pouquíssimo tempo para jogos criativos, sem regras, até mesmo caóticos. Alguns dos estudos relacionam, inclusive, a redução do tempo de brincar com o aumento da obesidade.

Os pais indicam ainda a preocupação com o fato de que, mesmo quando brincam, as crianças de hoje estão longe das ruas e até do quintal, do chão de casa. Como a criança vai desenvolver confiança no outro, empatia e habilidade sociais se suas brincadeiras se limitam ao jogos online? Embora reconheça o valor lúdico dos videogames e outros jogos online, Stuart Brown ressalta que o desenvolvimento interpessoal é mais bem trabalhado com brincadeiras que utilizam os cinco sentidos, no mundo 'real'. E isso não tem nada a ver com nostalgia, garante o pesquisador.

Muitas teorias investigam, de ponto de vista evolutivo, como a brincadeira contribuiu para o desenvolvimento do cérebro humano ao longo do tempo. O consenso entre os pesquisadores até agora é de que o brincar é mais do que uma maneira de distrair uma criança inquieta ou de fazer um menino mais gordinho queimar calorias: é uma parte central do crescimento e desenvolvimento neurológico, uma para que as crianças construam cérebros mais complexos, sensíveis, socialmente hábeis e cognitivamente flexíveis. Ou seja, brincar pode parecer um luxo – animais preocupados com a redução das suas fontes de água e comida ou humanos sob altas doses de stress reduzem seu tempo de brincadeira a zero e mesmo assim sobrevivem - mas, alguns pesquisadores garantem que é uma necessidade. Caso não fosse assim, essa habilidade já teria sido esquecida – afinal, na natureza selvagem, 'desperdiçar' tempo e ficar distraído gastando calorias preciosas pode ser um erro fatal, mas mesmo assim os animais continuam brincando.
 
Respostas e dúvidas
Estudos realizados com gatos e ratos demonstraram que o espírito brincalhão manifesta-se de forma crescente de acordo com o desenvolvimento de algumas estruturas do cérebro (Banco de Imagens / sxc.hu)
Uma das respostas mais bem aceitas é a da brincadeira como preparativo para a vida adulta (muitos leitores devem estar lembrando do primeiro beijo nas brincadeiras de 'salada mista' ou 'caiu no poço'). Animais jovens podem testar suas habilidade em um ambiente seguro – esconder-se, perseguir, caçar, morder com mais ou menos força... Estudos realizados em ratos e gatos por John Byers, da Universidade de Idaho, demonstraram também um possível vínculo biológico: o espírito brincalhão dos animais se desenvolvia no mesmo ritmo que o cerebelo dos animais. Enquanto o animal é jovem e o cerebelo está se desenvolvendo, o interesse pela brincadeira não diminui.

A partir daí, os pesquisadores apontaram que há um momento importante do desenvolvimento do cérebro em que a brincadeira pode ser um valioso combustível.

Já o neurocientista canadense Sergio Pellis analisou grupos de ratos que eram privados das brincadeiras. Eles apresentaram conexões neuronais menos maduras no córtex pré-frontal– área do cérebro que nada tem a ver com o cerebelo. De acordo com o neurocientista, uma deficiência nessa região do cérebro pode significar menor desenvolvimento de habilidade sociais.

Vários caminhos
Para Stuart Brown, até o lado negativo da brincadeira – a exclusão de quem é mais tímido, a possibilidade de machucar e agredir o outro, e o próprio bullying, em determinado nível, é claro – pode ajudar a preparar para o inesperado e ampliar o repertório comportamental do indivíduo. “Para se adaptar melhor ao mundo, é necessário entender suas ambiguidades, e brincar também traz esse aspecto de flexibilidade e noções de poder e controle”, explica o pesquisador.

Embora ainda haja um longo caminho entre os resultados encontrados em animais e sua correspondência com o comportamento humano, Brown não tem dúvida de que, se todas as coisas relacionadas à brincadeira fossem retiradas, nossa vida seria miserável.

Os principais críticos das teorias do brincar ponderam que as habilidades associadas à brincadeira – aprender a escapar de becos sem saída, melhorar o vocabulário, flexibilidade cognitiva, criatividade na solução de problemas, jogo de cintura diante da mudança de cenários e de comportamentos, controle e conhecimento do próprio corpo – podem ser aprendidas de outras maneiras, como a instrução direta, por exemplo. E é bem possível que possam haver outros caminhos, mas nenhum deles tão divertido.

Fonte: Letícia Orlandi - Saúde Plena - Publicação:03/07/2013
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena
 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ser Criança

Ser gente, ser humano, ser aceito, ser feliz, se amado, ser...

Dizem por aí que ser criança é muito bom, que é a melhor fase da vida: isenta de compromissos, responsabilidades, sem contas a pagar e sem chefe para cobrar. É um momento da vida onde só existem prazeres, sem exigências e preocupações.
 
Mas será que é tão simples assim?
 
Será que é fácil para o bebê se comunicar com os pais? Quando ele está com fome e chora, é isso que eles entendem? Ou, às vezes, a mamãe corre para trocar a fralda acreditando que ele está incomodado, ou o papai acha que é cólica e a vovó pensa que é só manha. Não parece tão fácil ser bebê...
 
E na hora do desfralde? De repente, os adultos “acham” que está na hora de tirar a fralda, e a criança deve pensar: “E ainda querem que eu dê tchau para o meu cocozinho?”.
 
Pensando bem, acho que não é tão simples assim. Então, por que as crianças são, via-de-regra, tão felizes? Por serem protegidas? Ou por serem apoiadas? Ou será que é por serem amadas?
 
A felicidade da infância deve ser pelo amor que as crianças recebem. Por aquele amor “incondicional” que os pais têm por seus filhos. É esse amor que torna as aprendizagens possíveis, que desenvolve a auto-estima e a auto-confiança. É esse amor que torna mais fácil crescer e enfrentar o mundo, acreditando que ser adulto pode ser bom. E é assim, com amor incondicional dos pais, que a criança é esse ser humano que, com um simples sorriso, torna o nosso ser bem melhor.
 
Ser criança pode ser muito bom. E manter um pouquinho da infância na vida dos adultos, poderia certamente tornar o mundo um lugar muito melhor.
 
Psicóloga Maria Helena Jansen de Mello Keinert
KIDS - Centro de Educação Infantil
 
             Fonte: www.kidsonline.com.br